quinta-feira, 27 de maio de 2010

Linha de fuga


Sempre que estou perto, estou longe.
Por viver dividida, vivo também multiplicando-me.
Os caminhos que me levam, afastam-me.
A ponte é ao mesmo tempo rio.
Os lugares onde durmo são os mesmos que me tiram o sono.
Por isso minha alma e meu corpo não encontram paz.
Porque a paz de cá é a carência de lá. Angústia.
E lá é ao mesmo tempo cá, e lá, e cá, moto perpétuo.
Infinito. Ponto de vista. Depende de onde avisto.
Eterno e contínuo, continuo a busca.
E lá ou cá, não estou em nenhum lugar, porque estou em todos.
Lao Tse tinha razão ao afirmar para que não nos afastemos de onde nascemos.
Mas agora, que outros nasceram em outros lugares, como fazer?
Como viver, se a saudade é um pouco o morrer.
Como estar, se já quero ir, se ao chegar já é preciso partir.


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segunda-feira, 17 de maio de 2010

O Papa em Portugal



ou, reflexões enquanto me transporto em alta velocidade por rodovias fluminenses.

Saí de casa ainda sob influência de uma série de questionamentos que li em blogs de colegas de lá de Portugal ou no facebook, sobre as providências tomadas quanto da visita do papa Católico e o que isso representou em termos de gastos públicos, alterações da ordem social, desconfortos, transtornos pessoais, etc, e como legítima representante do grupo que considera a instituição que se diz Igreja Católica um dano a humanidade, fundamentada no que nos conta a história, minha primeira vontade era comentar algo como " porque os católicos e o próprio Vaticano não arcam com estes custos", "porque fazer com que um estado combalido em suas finanças custeie, com recursos que poderiam, de alguma forma promover o bem estar social", e coisas do estilo. Adorei a expressão " Papaeuros". Mas abstive-me de comentar, afinal, nem sequer conheço Portugal e as poucas pessoas de lá com quem troco ideias acabam sendo selecionadas por alguma afinidade de pensamento, o anticlericalismo, por exemplo. Não seria portanto de meu direito, intrometer-me em assuntos digamos, de ordem pessoal. Mas a ideia fermentava, e nada como poder refletir, e melhor ainda, espalhar " ...no ventilador" e estes espaços daqui, são o próprio "ventilador". Só que enquanto dirigia, pensava: afinal, quer gostemos ou não, trata-se da visita de um Chefe de Estado. Poderia ser visita do Obama, ou de qualquer dirigente que agradasse uns e desagradasse outros. E quem convida, paga. E neste caso, o convidado é o Chefe de Estado Imperialista, de um antigo e vasto Império, que perpetua-se desta forma, onde milhões de pessoas espalhadas por inúmeros países têm dupla nacionalidade, ou seja, são portugueses e católicos, ou...brasileiros e católicos, e o frenesi que isto causa, maior do que a visita de qualquer outro chefe de estado a um país onde existam muitos imigrantes daquela nacionalidade decorre da expectativa de que aquele Império Romano Católico Apostólico determine a "verdade" em que acreditam, como única para todos, livrando-os do desconforto da duvida. Assim, o Papa visita sempre seu Império, marca presença, delimita território. E apoia ou não políticas internas e externas ( dos outros), além de lançar véus que obscureçam seus problemas internos ( do Vaticano) e de seus representantes - embaixadores?- no mundo

PS: Mas o que fizeram, afinal, dos pombos? Foram presos e depois soltos? Ou exterminaram todos, inclusive as Pombas da Paz? E aquelas que vejo que usam para representar o Espírito Santo ? O Santo de Assis, o Francisco, concordou com isso ?

sábado, 8 de maio de 2010

REMEXENDO NO PASSADO





No meu passado recente, quando visitei o passado da civilização

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PROCURO UMA CLAREIRA, UMA OCARA, UM ESPAÇO, PARA ENCONTROS E TROCAS

BEM VINDO !

AQUI SEGUEM OS RELATOS DAS MINHAS AVENTURAS E DESVENTURAS, SÒZINHA OU COM MINHA FAMÍLIA ONDE MUITOS NÃO GOSTAM DA MATA OU DE MIM.

Reinício em 11/02/2011