sexta-feira, 12 de novembro de 2010

ANDARILHOS SÃO SEMPRE CINZENTOS...

Diacronicamente? Ou seria anacrônico?

Enquanto estou na estrada e sempre que possível anoto pequenos pensamentos para desenvolver depois, ou até nos pare-siga das obras das rodovias textos completos sem revisão. E como nos lugares onde durmo ou fico, a maioria não tem internet, ao chegar finalmente onde poderia ser divido ou compartilhado já está fora do novo momento, ou porque o problema resolveu-se ou porque não terá mesmo possibilidade de solução. Ultrapassado. Como se diz de um tema morto ou aborto?
Então tantos vou guardando, em caixas, cadernos, grampos e clips. Tantos vou perdendo em ultrapassagens, buzinas, sinaleiros.
Então enquanto ia escrevendo, vi aqui, no lado de cá da mata, o espaço apropriado para tudo isso.


EM  ALGUM  DIA  DE  OUTUBRO
 Anotei em folhas. Os parágrafos parecem ser sequenciais, mas noto, ao reler, uma descontinuidade, apesar da similaridade do tema. Talvez ida e volta, talvez em idas sequenciais, com paradas/dias de intervalo.

Tenho me sentido culpada por estar lendo pouco. Livros. Mas na verdade tenho lido muitos autores.Gente. Muitas opiniões. Com uma particularidade: escolho entre uma amostra livre da censura disfarçada mantida pelos corpos editoriais, pelo status ou cultura que quer se manter dominante. Os "clássicos" que li na vida são a amostra da escolha determinada pelos grandes saques e invasões da historia do que deveria ficar fora das fogueiras, do que seguiria para a posteridade.Queimados tudo o mais. Sequer saberíamos imaginar o que diziam, o que ensinavam. Como seriam como clássicos.
Até o "mais impresso" livro sagrado foi construido neste processo de escolha/exclusão dos saberes. A doutrina foi escolhida por alguem para algum fim.
Qualquer opinião, tese, delírio que contrarie evidentemente aos interesses do sistema, está fora. Estava. Porque agora, nesta "mudernidade" daqui, com tanta gente escrevendo, poetando, pintando e mostrando, as perspectivas se abriram.


Outro dia:
Por estar fora da rede, não sei bem o que está acontecendo, mas no sistema de informações em cápsulas reduzidas, o FB, andei "acompanhando"  em amigos de amigos, discussões sobre uma censura ou veto aos livrvos de Monteiro Lobato, porque Pedrinho emite opiniões ou puras expressões que hoje são polìticamente incorretas, representativas do racismo, hoje condenado. Se condenadas estão suas obras, hoje, qual deveria ser então sua pena? Fogueira? Ostracismo? Estaria certamente em excelentes companhias.
Mas nós, aqui, após proibirmos o racismo de Lobato, deveríamos tambem proibir Platão, todos os clássicos que defendem a escravidão e a desigualdade entre os humanos, a Bíblia, e ainda os medievos que afirmaram a duvida na humanidade das outras raças. Pouco restaria para representar nossa ideologia. Aliás, temos uma? O proprio iluminismo pode ser avaliado como indutor ao racismo, uma vez que o bem, a luz, é o oposto da escuridão, mal, trevas. Não ler nada, então, pois tôda e qualquer literatura representa valores morais de sua época, mesmo quando projetados no tempo em determinadas ficções. E estes valores, séculos ou revoluções depois, lògicamente mudam. Como variam tambem suas interpretações ou compreensão.

Mas ao final fiquei sabendo, Pedrinho está em condicional. Livre, sob vigilância.


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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Segunda feira

Chove! UFA! Não sou obrigada a ir a praia, ou me sentir culpada de não "curtir a praia" com as filhas que estão aqui; nada contra, pelo contrário! É que... feriadão...minha cidade e praias estão invadidas por "eles" seres que gritam, cospem no chão, não olham em volta e... estão espalhados ocupando intensiva e extensivamente todos os lugares. São diferentes dos da mesma espécie que invadiam a cidade de onde vim, lá são mais discretos, diria, educados mesmo. Só que os invasores daqui vem frequentemente, de lá, das montanhas. O medo - angústia- e a tristeza que senti ontem ao voltar para casa após me despedir dos meninos, depois de 12 dias maravilhosos de explorações, passeios, descobertas, experiências, investigações, inclusive nos programas e desenhos de TV e de uma enorme catapora ("-capola, Vovó!) do caçula, acaba sendo suavizada aqui, ao encontrar com os amigos daqui e a sra Urtigão, daqui e dali. Sobra ainda um pouco da tristeza que senti ao me ver excluida de algo do qual queria participar e me sentia coadjuvante, ou mesmo atriz principal. E, surpresa, me vi excluida para inclusão de novos participantes no jogo/peça/vida. Porque meu jeito de ser e as caudas que arrasto talvez não sejam elegantes o bastante. mas isso tambem passa e fica aquela deliciosa sensação de dever cumprido, consciência tranquila e acumulando forças para as novas tarefas.
PROCURO UMA CLAREIRA, UMA OCARA, UM ESPAÇO, PARA ENCONTROS E TROCAS

BEM VINDO !

AQUI SEGUEM OS RELATOS DAS MINHAS AVENTURAS E DESVENTURAS, SÒZINHA OU COM MINHA FAMÍLIA ONDE MUITOS NÃO GOSTAM DA MATA OU DE MIM.

Reinício em 11/02/2011