sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Rema, remadora

Segunda feira, remada forte, muito vento e correntezas contra. Muita força, nos canais, no mar. Na quarta, dia mais tranquilo, duas canoas, o mestre resolve dar treino de huli, de como desvirar a canoa, caso vire, fazendo virar  a força, ainda bem que era para a outra canoa, escapei dessa água fria, dessa vez.
Hoje, sexta, novamente até a Ilha dos Papagaios, praticamente uma reprise da outra sexta, não fosse o mar muito mais calmo, mas a luz se repetiu e hoje ganhamos ao chegar, uma barulhenta revoada dos papagaios do mar. Tres canoas dessa vez, com um a menos em cada uma.  VALEU, CANOA !
BOA, CANOA !

( Que falta do meu pc ) A remada da semana

Na verdade isso deveria ter sido postado sábado, mas como pcvizinha, nem sempre é como quero.Escrevi este texto na caderneta sábado à tarde e só agora compartilho aqui.
 

A remada de ontem, sexta foi...Supimpa ! Sei, há muito não se usa essa palavra. O que fazer !  Não encontrei nenhuma outra adequada. Há horas, mais de um dia esse texto se forma na mente e na mente vai ficando, por falta de um adjetivo para se encaixar aí. "Perfeita"...não, aconteceram erros, errinhos.  " Demais", fica modernoso demais.  "Maravilhosa"  quase, mas maravilhoso é um quadro, uma obra de arte, algo estático, a remada é dinâmica, sofre muitas intervenções, não encaixa...Então naquele estado de pré cochilo do pós almoço, estalou : supimpa ! Sem computador disponível, corri e anotei na caderneta.
O  Mestre divide os dois grupos, ele mesmo não vai, dor nas costas, diz, de pintar a canoa...
Logo na primeira esquina de canais, o sol nascendo, brilhando sobre as águas me extraiu uma oração de agradecimento e louvor e, em reverência, fui citando seus nomes, alguns dos que me lembro, Inti, Rá, Apolo, Quetzacoatl, atenção não perder as trocas, os remos batendo suavemente nas águas, as canoas deslizando, as pessoas sobre as canoas, entre respingos sentindo o sol do céu e o sol nas águas ainda escuras, convertidas em dourado. Segunda esquina, novamente o sol nascendo por detrás das rochas, e refletindo nas águas, por tras da Ilha do Japones,  e ainda surge uma outra vez, mas dessa falo adiante.
Suave e tranquilamente seguem as duas canoas pelo largo canal. Num deck,  alguem em lotus está meditando ao sol  enquanto medito  navegando entre embarcações em movimento, "linha de pesca!", pescadores sobre os costões da Boca da Barra, "forte!" vamos passar !
  O sol, o vento, o mar, o cheiro do mar.
Vencidas as correntezas e vento do canal, chegando ao mar propriamente dito, uma parada para descanso e reidratação na " Carolina", uma enseada tranquila abrigada do vento nos costões do Parque da Boca da Barra, e assim chamada porque nesse local, em outros tempos, naufragou uma embarcação de nome , Carolina, nesta calma (?) e tranquila (?) enseada. Surpresa! Eram seis as canoas que aí estavam. Suas silhuetas destacando-se contra o sol nascente - mais uma vez o astro rei, surgindo de tras do relevo. As duas nossas, e mais duas e outra e outra, indo e vindo, voltando, passeando, navegando, é preciso.
Puro êxtase ! Desta vez não havia trazido a câmera. Perdi!
E seguimos em direção e por sobre o sol e seus raios que luzem no mar, nas cristas das ondas do mar, adiante, alinhado pelo sol, a Ilha, chamada Dos Papagaios, na quarta aurora do mesmo dia.
As alturas das ondas do mar! A adrenalina e uma prece para Yemanjá, por favor, me permita deslizar, seguir e voltar ! Passando por sobre as ondas, remando forte, como forte está a correnteza hoje. As vezes uma onda mais...Intensa(???) quase ocultava o relevo da Ilha. Outra falta de adjetivo, talvez seja necessario mais do que uma palavra, quem sabe todo um parágrafo, um texto para descrever tantos sentimentos, eventos. Emoções  intensas - aí sim, a palavra em seu lugar e usos corretos, mas voltando às ondas, altas ondas que escondiam o litoral das canoas e uma da outra, ilha a um lado, terra do outro e aquela água toda elevando-se rugindo, nosso alinhamento mudando em função das ondas, do vento, e remar e remar e passar por sobre as ondas que ora borrifam ora encharcam subitamente as roupas, bom, muito mais do que bom, do que quaisquer adjetivos ou superlativos possam tentar dar uma ideia. Técnica!  Técnica!  Sem erros! Atenção!  Minha mente segue como num mantra, intercalado com as orações de gratitude, e errando e tentando e acertando até. Chegamos!  Nem pensar em desembarcar. O mar...  E sorrisos e alegres provocações, e a volta. Por diversas vezes deu para "pegar onda", usando daquela imensa energia a nosso favor, agora, mas que,  mesmo a favor, pode nos virar,  derrubar, o temido - por mim - "huli"
E pegando onda e remando, nova parada na Carolina e voltamos  para o canal, treinar manobras, antes de voltar para casa.  Pensei, ao escrever isso, "mas a canoa também é casa"

                                        " BOA  CANOA ! "

                                 MAHALO   galera das canoas!


 GRATA À  VIDA!   Por esses  e tantos momentos


A foto foi do Alex Correa, em um outro dia, euzinha ali de boné claro,  no  quinto banco,  na " Carolina"

.

.
PROCURO UMA CLAREIRA, UMA OCARA, UM ESPAÇO, PARA ENCONTROS E TROCAS

BEM VINDO !

AQUI SEGUEM OS RELATOS DAS MINHAS AVENTURAS E DESVENTURAS, SÒZINHA OU COM MINHA FAMÍLIA ONDE MUITOS NÃO GOSTAM DA MATA OU DE MIM.

Reinício em 11/02/2011