ALOHA

Um rascunho para não perder na memoria e no tempo , que mostra  a delicadeza com que o professor de remo em wa'a  declara sua discordancia quanto a uma postagem que defende o governo venezuelano contra os ataques da nova direita argentina : " Só um comedor de merda pode apoiar crimes contra a humanidade e liberdade de expressão cometidos pelo governo bolivariano da Venezuela . Muda pra lá . Assim teremos menos um imbecil por aqui . Sem imbecis como você estes ditadores criminosos não prosperam . Ou fica por aqui sem votar , falar ou escrever e passa um tempo se informando e estudando , talvez fazendo uma terapia .



Vixi!  ALOHA

Acabou minha aventura. Pelo menos aqui, terei que procurar outra canoa urgente. Deu até medo.
Estou triste.
Mas aprendi muito, alem de obter força muscular e equilibrio..
Dia desses, remando no Itajuru, descobri que dá para entrar sob um arcoiris, que se abria sobre o Canal.  Em outro, senti o mau cheiro que emana de um grupo daquelas lindas garças brancas, o que não encontrei em grupos de gaivotas e não poderia imaginar. Aprendo sobre tartarugas e peixes, sobre os companheiros de remo, mas, principalmente, sobre mim mesma.
Aprendi que o mar e o vento mudam subitamente e do nada, fica encrespado.
Aprendi que pessoas não se tornam melhores porque remam juntas e nem por se colocarem em situação de perigo e interdependência.
Confirmei que as coisas nem sempre são o que parecem.


PS: depois que copiei-colei, ele apagou. Tarde demais. o estrago já foi feito

Travessias

Simultaneamente às minhas tentativas de completar as travessias, tentava tambem transpor abismos terriveis de minha alma. Impossivel. O confronto com a pequenez de meu ser, na incapacidade de perdoar, e mesmo assim, e mesmo quando aparentes atitudes que me forço tomar pela minha rigida regra moral possam mostrar o contrario, só me apontam o fracasso de mim para comigo

-As aventuras da  Vovó doidinha-  parte n
E contrariando as regras da fisiologia do exercicio, as da geriatria e as do bom senso, fui de novo. Remar de SaoPedro para cá. Só porque me deixaram sozinha aqui, todos os netos  óoooo, é para filhos se preocuparem e trazerem crianças para minhas brincadeiras ficarem mais suaves  8-)  Chantagem mesmo.  Mas nem sou tão doida assim, já imaginando que me cansaria, por falta de glicogenio muscular, já que não houve intervalo razoável entre as tres meias maratonas,  chegado em Cabufa, ali no Anjo. 6km para a chegada, mais de 15km  remados, fui substituida, a pedido, conforme esquema previo.  Mas fui ao clube, guardar a canoa- a pior parte, é pesada, para subir ao terreno e depois andar até em casa. Ao chegar, descubro, no banho ao tentar lavar os cabelos, que meus braços não se elevam...Mas ainda consigo digitar. A foto mostra quanto sal se acumulou em meu colete. Equivalente nos cabelos, pele, roupas. Que delícia !
 Ainda tem wa'a  por lá. Será que me chamam ? Será que resisto? Parte cardiovascular aparentemente OK, pernas OK,  membros superiores recuperam-se...  Vou deitar até amanhã... Se pudesse, hoje ainda tenho trabalho....

55 km remados, divididos em  4 dias, sabado até terça cedo. Descansos, óbvio. Em V6  .
. Eu vou chegar onde quero,( antes de morrer) !

Uma praia privada só em conchinhas, a wa'a a lagoa, a barra, o mar que não se vê, a Ilha de Cabo Frio  ao fundo. Isso, na verdade, é o que quero.  Mas nã basta, quero mais.

Um dia, recente na minha existencia, eu decidi remar, porque mal podia já andar. Sentada mesmo , me exercitava e daí comecei a pedalar irregularmente, e andar um pouquinho e correr até um pouquinho e até subi lá, para ver o sol nascer! Mas o remo, esse tem a atração extra do medo do mar que me subjuga. Quase. Aterroriza. Ver as ondas elevando-se, movendo os barcos em ângulos inimaginaveis para mim, minhoca da serra, bicho-do-mato, bicho-da-mata, é sublime. Deslizar sobre aquilo tudo, aquela imensa energia pulsante/ondulante , ao bater de remos, na energia de pessoas em quem voce confia, energia, determinação e...coragem.  Tem de confiar. ( que confiar).
 Dois " ouros" numa competição regional,( sim, havia  mais de uma equipe, quatro, na verdade) mas a sedentaria adoentada que se meteu nisso e deu isso. Sou muito vaidosa ! E até a dor, velha companheira, anda descansando. Está aqui, mas mal se nota.

Meu mundinho Wa'a

Muita passividade, mas afinal algum retorno, algo novo acontecendo no meu mundo Wa'a:  experimentei o leme, ontem, em mar, na pequena enseada do forte, do Lido, até um tanto alem da Pedra da Baleia, fui e voltei, com auxilio, obvio, mas experimentei a força do mar arrastando a canoa contra a minha vontade de dominar.
Tanta coisa acontecendo, tantas perdas, tantas mesmo, graves para mim. E então ganho uma nova experiência e possibilidades de esperar alguma coisa, mesmo que pequenina assim. Lógico que fiquei agitada e desse dia nem fiz foto, mas tenho feito muitas

(foto na Ilha do Japones, dia 20 de abril , desse abril. Neblina forte e conheci isso tambem )

e registrar o link da amiga de mar que foi remar no Hawaii : " Posso ser mar "