Quem aqui vem sabe e se não sabe informo, que sou batalhadora, que minhas condições de vida foram um pouco adversas, mas que apesar disso e até, talvez por isso mesmo, estou aqui, sobrevivente. Não gosto muito dessa palavra: sobrevivente, parece que é uma acontescência sobra do acaso. ( É sobra mesmo, mas tambem pode ser lido como obra), mas no caso é algo conquistado duramente. Tá, com um tantinho de sorte e ajuda tambem.
Dessas minhas lutas sobraram muitas cicatrizes, falo principalmente daquelas psicológicas, já que as do físico não me incomodam, mesmo que tenha várias, a primeira na face, deixada no dia que nasci. A primeira na alma, anterior a do físico, talvez no dia em que fui concebida e certamente durante o tempo em que estava sendo gestada e negada. E por aí vai.
Eu sempre arrastei uma enorme culpa por não ser daquelas mamãezinhas conforme devem ser as Mães. Não conseguia fazer comidinhas especiais todos os dias ou noites - mas comida nunca faltou, mesmo que divididas as guloseimas, afinal eram tantas crianças. Nunca faltou teto, roupas, folguedos, lazer e atividades culturais que suprissem mìnimante as necessidades de desenvolvimeto das crianças e creio, tambem de desenvolvimento afetivo. Faltava ao trabalho ou contornava, para comparecer as atividades de escola na maior parte das vezes: joguei queimado, hand ball, gincanas de ovo, corridas do saco suficientes para completar uma maratona, corridas com batatas na colher, virei cambalhotas em publico, dobrando e vencendo uma enorme timidez, criando um personagem até, para prosseguir; cheguei a ganhar premios em festas de mães; frequentei reuniões escolares intermináveis para pais e mães e o que mais era necessário, mesmo que eu sentisse uma inutilidade naquilo tudo. Mas as mães iam, os filhos sabiam e cobravam, como eu poderia não comparecer? Proporcionei atividades extras na medidas de meus próprios e únicos recursos, descobrindo coisas "mais em conta", bolsas de estudo, danças, lutas, ginastica, música, a cada um dando a oportunidade de buscar descobrir seus talentos, mesmo que muitas vezes não pudéssemos ou quisessem dar continuidade, mas pouco fiz pudins e empadões. Durante muito tempo proporcionei quem fizesse, a ajudante de tarefas do lar, até quando foi possivel manter uma. mas aí já eram adolescentes. Até hoje, já aposentada ou com tempo, não sei preparar lanchinhos ou almoços e jantares especiais, salvo certos dias obrigatòriamente especiais onde me desdobro alem das minhas limitações.
E cometi tambem muitos erros e penitencie-me e peço perdão até hoje por eles, mesmo que não intencionais e decorrentes de covardia ou medo.
Eu sei que fui uma mãe medíocre, enquanto me desdobrava para ser tambem o pai e olha que fui um bom pai de tantos filhos largados pelo pai. Mas gente como dói desde que ouvi e ainda ouço a voz dizendo que fui a pior mãe do mundo. Sabe por que essa voz não some ? Por que certamente é o que pensa quem é dono daquela voz, pois nunca se retratou, para que eu tente acreditar que não é isso que pensa..
Mas não fui a pior mãe, tenho certeza. E fui um ótimo pai, tambem sei. Olho em volta, vendo como são as coisas, buscando termos de comparação e de avaliação.
Eu já ouvira isso há tempos atras de uma outra pessoa, que desde então, por considerar demasiado ignorante decidi que não faria parte de minhas amizades, mesmo que seja obrigada a uma convivência social mínima, o que fica menos difícil quanto mais o tempo passa. Esta dor tambem vai diminuir, eu sei, só preciso de tempo, que me deem tempo, já que não reconhecem a necessidade de pedido e atos que comprovem ou demonstrem que querem ser desculpados se é que querem.. Eu preciso de tempo, muito tempo para cicatrizar, sem que a promoção de outros eventos equivalentes venham a arrancar a casca da ferida.e pôr a sangrar de novo.
Tempo para esquecimento, recolher-me em minha toca para lamber as feridas, para cuidar de mim, para não desaparecer na falta de vontade de viver.
Me perdõem pois, por mais esta fraqueza, esta incapacidade e se possivel, evitem magoar-me novamente, pois " meu copo está até aqui de mágoa " e precisa evaporar um pouco antes de prosseguir. Preciso resgatar minha auto estima, tão em baixa.
Dessas minhas lutas sobraram muitas cicatrizes, falo principalmente daquelas psicológicas, já que as do físico não me incomodam, mesmo que tenha várias, a primeira na face, deixada no dia que nasci. A primeira na alma, anterior a do físico, talvez no dia em que fui concebida e certamente durante o tempo em que estava sendo gestada e negada. E por aí vai.
Eu sempre arrastei uma enorme culpa por não ser daquelas mamãezinhas conforme devem ser as Mães. Não conseguia fazer comidinhas especiais todos os dias ou noites - mas comida nunca faltou, mesmo que divididas as guloseimas, afinal eram tantas crianças. Nunca faltou teto, roupas, folguedos, lazer e atividades culturais que suprissem mìnimante as necessidades de desenvolvimeto das crianças e creio, tambem de desenvolvimento afetivo. Faltava ao trabalho ou contornava, para comparecer as atividades de escola na maior parte das vezes: joguei queimado, hand ball, gincanas de ovo, corridas do saco suficientes para completar uma maratona, corridas com batatas na colher, virei cambalhotas em publico, dobrando e vencendo uma enorme timidez, criando um personagem até, para prosseguir; cheguei a ganhar premios em festas de mães; frequentei reuniões escolares intermináveis para pais e mães e o que mais era necessário, mesmo que eu sentisse uma inutilidade naquilo tudo. Mas as mães iam, os filhos sabiam e cobravam, como eu poderia não comparecer? Proporcionei atividades extras na medidas de meus próprios e únicos recursos, descobrindo coisas "mais em conta", bolsas de estudo, danças, lutas, ginastica, música, a cada um dando a oportunidade de buscar descobrir seus talentos, mesmo que muitas vezes não pudéssemos ou quisessem dar continuidade, mas pouco fiz pudins e empadões. Durante muito tempo proporcionei quem fizesse, a ajudante de tarefas do lar, até quando foi possivel manter uma. mas aí já eram adolescentes. Até hoje, já aposentada ou com tempo, não sei preparar lanchinhos ou almoços e jantares especiais, salvo certos dias obrigatòriamente especiais onde me desdobro alem das minhas limitações.
E cometi tambem muitos erros e penitencie-me e peço perdão até hoje por eles, mesmo que não intencionais e decorrentes de covardia ou medo.
Eu sei que fui uma mãe medíocre, enquanto me desdobrava para ser tambem o pai e olha que fui um bom pai de tantos filhos largados pelo pai. Mas gente como dói desde que ouvi e ainda ouço a voz dizendo que fui a pior mãe do mundo. Sabe por que essa voz não some ? Por que certamente é o que pensa quem é dono daquela voz, pois nunca se retratou, para que eu tente acreditar que não é isso que pensa..
Mas não fui a pior mãe, tenho certeza. E fui um ótimo pai, tambem sei. Olho em volta, vendo como são as coisas, buscando termos de comparação e de avaliação.
Eu já ouvira isso há tempos atras de uma outra pessoa, que desde então, por considerar demasiado ignorante decidi que não faria parte de minhas amizades, mesmo que seja obrigada a uma convivência social mínima, o que fica menos difícil quanto mais o tempo passa. Esta dor tambem vai diminuir, eu sei, só preciso de tempo, que me deem tempo, já que não reconhecem a necessidade de pedido e atos que comprovem ou demonstrem que querem ser desculpados se é que querem.. Eu preciso de tempo, muito tempo para cicatrizar, sem que a promoção de outros eventos equivalentes venham a arrancar a casca da ferida.e pôr a sangrar de novo.
Tempo para esquecimento, recolher-me em minha toca para lamber as feridas, para cuidar de mim, para não desaparecer na falta de vontade de viver.
Me perdõem pois, por mais esta fraqueza, esta incapacidade e se possivel, evitem magoar-me novamente, pois " meu copo está até aqui de mágoa " e precisa evaporar um pouco antes de prosseguir. Preciso resgatar minha auto estima, tão em baixa.
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