terça-feira, 12 de maio de 2009

Dia das Mães


Dia das Mães em Viçosa, com o batismo do neto. Em cima da hora para a viagem, Dona Therezinha, a mãe, therezinhou e desistiu de ir. Frustrou(?) filhas, netos(as), bisnetos. Nem tanto. Quem ia sentiu alívio, é certo. Quem aguardava, também. A Mana, porem ficou muito mal. Contava já com a tranquilidade de um Dia sem ela, de estar em casa em paz. Esquecemos que sua tática é sempre a mesma. Diz sim, permite preparativos e na hora H, quando eu já estava no portão para buscá-la, alega algum mal estar ou doença incompatível e resolve não ir. Caso haja insistência, pode ficar agressiva e produzir outros danos. A Mana chorou, desesperou-se. Eu sem poder fazer nada, a Mãe alegava diarréia copiosa, incompatível com a viagem programada. Eu sem poder fazer nada porque minhas emoções remetiam a minha adolescencia, a minha vida inteira, quando ela afirmava e fingia(?) estar passando muito mal para queu eu, pronta para ir a algum lugar que me era importante, não o pudesse fazer mais. Quanta frustração acumulada. Com fui determinada, constituida pelo acumulo da dor que isso me causava. E sabia, intuia que sua doença não era do corpo. Até hoje, madura, ainda penso que é fingimento, que depende de sua vontade. Não consigo crer com o coração que é um processo neurótico, psicótico. É uma psicopata. Mesmo. Se alimenta da dor que causa. Meus pensamentos buscam ver a doença, só encontro a maldade. Pobre de minha irmãzinha, pobres de suas filhas que a tem em sua casa. Mas confesso minha incapacidade e fraqueza para lidar com isso.
No entanto, poucos dias atras ela viajou comigo até a casa de um neto. Viagem relativamente tranquila, não fosse minha apreensão. Tranquila mesmo, com apenas alguns pequenos delírios de avaliação em seu discurso, que não comprometeram os dias, a viagem, as duas presas em um carro por quilômetros, horas. Mas não havia uma data a comemorar. Um dia da mães para dar outro valor ao dia. Ou aniversário, qualquer data onde se espera ou deseja algo a mais alem de um dia comum. Sempre, e sempre mesmo, a Mãe fez de datas especiais um inferno a ser esquecido. Casamentos, formaturas, pequenos eventos em casa. E jamais concedeu aos filhos um abraço, um carinho.
Manos e Mana, crescemos e vivemos sem mãe e pior, com ela. Sentimos inveja de todos que conhecemos que têm ou tiveram mãe. Nossos filhos cresceram sem avó e pior, com ela. Vivemos quase toda a vida, afastados uns dos outros, física e afetivamente devido as intrigas que ela plantou. Mas nos reencontramos, nos descobrimos, sequelados sim, mas constituimos nossas familias por sobre nossos cacos, sentimentos despedaçados. Com o tempo, aprendemos até a amar. Alguns dentre nós não conseguimos aprender a ser amados, encontrando ou buscando parceiros para a vida que renovaram as agressões ou desprêzo sofridos. Mas seguimos adiante, superando bravamente essas condições. E aqui estamos.
PS: Não sei como ajudar a Mana que está em frangalhos.

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Reinício em 11/02/2011