sexta-feira, 13 de junho de 2008

dia dos namorados

Passeando por blogs alheios nos ultimos dias, fiquei impressionada com a importância que as pessoas dão ao dia dos namorados. Não percebem a questão puramente comercial? porque estão tão alienadas? eu presumo que, por terem um blog façam parte de uma elite cultural e econômica, de uma elite social, de uma "aristocracia brasileira". E aí estão, usando um espaço que eu pensava que fosse para esclarecimento, com lamúrias do tipo "não tenho namorado hoje..." Então fico pensando...
Essa angustia, essa sensação de incompletude que amarra os humanos, venda seus olhos, esse atavismo tribal, que faz com que busquemos no outro algo que não conseguimos encontrar em nós mesmos, que faz com que criemos deuses, rituais, congregações associações, que faz com que seja indispensável um namorado, principalmente em certas datas criadas para produzir ou acentuar êsse efeito, essa carência artifialmente produzida... O que é isso que nos impele à busca compulsiva do outo para que seja consumido, que se torne parte de nós. O que nos impele às redes, orkut, blogs e até às mass-medias. Ficamos com televisões, rádios e todas as novas tecnologias permanentemente ligadas. Buscamos na "informação" o que nos falta na alma. Confundimos os "meios" com os fins. Que 'negação de si' faz com que seja indispensável o encontro com o outro. Nosso olhar busca incessantemente nossa completude fora de nós mesmos. E quando encontramos algo que consideramos digno de nós, queremos absorvê-lo de tal forma até que ele deixa de existir tal com era.. Antropofágicos que somos. E permanecemos incompletos, ansiosos por algo que não chega nunca pois nada nunca nos basta, fora de nós mesmos. Oramos, clamamos,que um deus olhe para nós, enquanto nós mesmos não nos olhamos. Para o nosso interior; medo de quais horrores poderiam estar aí ocultos? Mas o que é mais provável é quais maravilhas nos compõem e que perdemos, enquanto vestimos fantasias para atrair olhares, lançamos iscas, falsas , para que se aproximem de nós, enquanto nos ocultamos de nós mesmos. Escrevemos em testes de personalidade que odiamos hipocrisia, que a melhor característica é a sinceridade. Pois aí está! Busquemos ser sinceros para com nós mesmos. Que isso seja uma prática cotidiana, um exercício. Que o cuidar de si, mais do que unhas pintadas, e outros dispendiosos recursos para a beleza, seja tambem o encontro com nossa essência, para o atingimento de um estado de bem-estar que pode ser chamado, até, de felicidade.
Em segundo lugar, bem vou deixar para depois.

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Reinício em 11/02/2011