Talvez vocês não saibam o tamanho da minha inquietude, da minha ânsia de saber mais e mais sem sequer algum critério de seletividade. Saber para e por saber. Percebem que alguma coisa não é "normal". Neste frenesi talvez esteja mascarada a impossibilidade de atingir qualquer grau de conhecimento. A questão do "conhece-te a ti mesmo" do oráculo de Delfos mito que me parece que deu origem às ciências pois ao apontar Sócrates como o mais sábio fez com que êle buscasse a verdadeira sabedoria e daí a história nos mostra as consequencias, um predomínio da razão sobre as outras formas de conhecer, uma hegemonia de um modelo cultural belicista, excludente, pois até a democracia grega era só para os cidadãos, excluidos os não gregos ou atenienses, mulheres,etc. É nessa sabedoria que se apoia nosso modelo civilizatório. Belo modelo! Foucault, na sua obra "Hermenêutica do Sujeito" ao tratar do 'conhece-te a ti mesmo' inclui uma outra dimensão que é o cuidar de si. No encontro ou convergência da auto-imagem com o interior - pensei em escrever "self" mas detesto os jargões psicanalíticos ( e a psicanálise, que vejo como uma pequena ferramenta da compreensão dos entes humanos se arrolando direitos de única interpretação possivel), bem, nesses encontros decorrentes de tentativas de autoconhecimento, deve-se incluir condições de, digamos assim, aperfeiçoamento de quem somos, entes existentes neste dado tempo/momento.
Minha vida de blogueira tem sido ótima, pois "meu querido diário" antes escrito para leitura póstuma ou fogueira incontinente, agora se faz onde permite acesso imediato e, mesmo que nenhum de voces nunca postem comentários, as conversas decorrentes, por telefone ou presenciais, tem sido bastante relevantes. Agradecida pela atenção. Não que seja necessário agradecer, e sei da constante atenção de voces tanta que me sinto até não merecedora. Aprender tudo que foi possível com a imensidão do que voces são, foi e é, um imenso privilégio. Se em algum momento duvidei de algum tipo de bondade sobrenatural, as bençãos decorrentes das vossas existencias são provas mais do que evidentes de uma Presença Divina.
Divago, boto Foucault no meio, e a águia? e o colibri? Bem, êste post vai ficar longo.
Em um dos blogs que visito, alguem dizia da insatisfação ou mais, da estultice de pretender que um beija-flor voasse alto como uma águia ou que uma águia voasse baixo como um beija-flor. Refetindo então sobre as diferenças, e pesquisando quais diferenças e semelhanças poder-se-iam encontrar, dados ténicos, velocidade de vôo, organização familiar, hábitos reprodutivos, hábitos alimentares, e pensando se afinal eu preferiria qual dessa aves, a conclusão foi de que não dá para abrir mão de nenhuma delas. Antes que separadas pela ordem, gêneros e espécies, são unas em classe, reino e existência. As diferentes manifestações do existir não podem ser tão sòmente um acaso algoritmico genético, selecionado pela sobrevivência do mais forte. As diferenças abordadas em análises acadêmicas e políticas só existem a partir do que criamos em nossa consciência, quando nos separamos de nós mesmos, ou deixamos de nos conhecer, pois tôda a vida está em nossa matéria. Somos feitos da poeira das estrelas, de restos de um Bigbang, ordenados para um objetivo, e um objetivo não pode ser a desintegração sòmente, pois se fosse este sòmente, o ciclo geração-desintegração, tudo tenderia a um infinito gerar-desintegrar. E não é o infinito tambem a proposta das religiões e dos místicos? não acaba se tornando uma co-incidência de propósitos ou perspectivas?
Crianças, desta vez, só desta vez (e talvez em alguma outra) comentem por escrito para que eu possa avançar neste raciocinio pois só o dito, a palavra escutada, minha memória transforma, seleciona e não posso repisar os caminhos, retroceder para tomar novo impulso.
Sei que voces são uns primores em tolerância para com tudo e principalmente para comigo.Beijos. Ótimo dia/dias, semana...
2 comentários:
É engraçado como pensamos a mesma coisa mas por motivos diferentes.
Eu concordo com você que não somos apenas uma coincidência. Mas não por causa de algum capricho divino. Na verdade, somos o resultado natural das leis da física que regem o nosso universo.
O Universo tem quatrilhões de estrelas. Desses quatrilhões de estrelas, pelo menos uma ia ter um planeta em condições de abrigar vida.
Neste pequeno planeta, trilhões de seres vivos de todas as espécies se reproduzem diariamente. Multiplique isso pelos bilhões de anos desde que o primeiro coacervado se formou na sopa primordial que cobria a terra. Falando assim, a vida parece inevitável.
Mas é isso que eu penso que seria um somatório de acasos e que ao final vem a ser co-incidência...
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